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sábado, 30 de julho de 2011

Cientistas britânicos produzem eletricidade a partir da urina

   Cientistas britânicos das universidades de Heriot-Watt (Edimburgo) e de St. Andrews (Escócia), desenvolveram uma célula de combustível que produz eletricidade diretamente da urina, a partir da ureia.
    O processo de produção não precisa da aplicação de voltagem para separar a ureia mas apenas de um elétrodo de baixo custo, que faz com que a reação química aconteça espontaneamente. Segundo a revista britânica "New Scientist", os detalhes técnicos deste elétrodo são por enquanto secretos.
Shanwen Tao, o cientista que lidera este projeto, calcula que cada adulto produza anualmente urina suficiente para um automóvel andar 2700 km, devido à energia que a ureia contém. A ureia representa cerca de 2% do peso da urina.

Um dos resíduos mais abundantes da Terra

     A urina é um dos resíduos mais abundantes na Terra: os quase sete mil milhões de habitantes do planeta produzem dez mil milhões de litros por dia. Se adicionarmos a produção dos animais criados pela indústria pecuária, este número é várias vezes superior.
    Mas depurar a urina nas estações de tratamento de esgotos, de modo a evitar a contaminação dos rios, mares e ecossistemas, é um processo que exige avultados recursos financeiros e que consome muita energia.
    A nova tecnologia poderá vir a ter no futuro uma grande diversidade de aplicações, não apenas nos automóveis mas também no fornecimento de eletricidade aos edifícios de escritórios e das explorações agropecuárias, ou a aparelhos de rádio e telemóveis em regiões remotas.

Automóveis: rede de estações de serviço já existe na Europa

    Curiosamente, já existe na Europa (tal como em vários países da Ásia) uma rede de mais de 6.000 estações de serviço que vendem combustível com 32,5% de ureia para abastecer camiões e autocarros a diesel, no âmbito de um diretiva europeia que entrou em vigor em 2006 destinada a minimizar o impacto ambiental da combustão do diesel. Isto significa que "a infraestrutura já está montada", salienta Shanwen Tao.
    Há ainda outras tecnologias que estão neste momento a ser testadas. Na Universidade de Ohio, em Athens (EUA), os cientistas estão a fabricar hidrogénio a partir da urina usando células eletrolíticas. E na Universidade do Estado da Pensilvânia, em University Park, a aposta vai para a produção de energia a partir de bactérias.
   Os efluentes dos esgotos contêm bactérias e matéria orgânica, e quando as bactérias a consomem produzem eletrões que se combinam com o oxigénio. Se este processo acontece em reservatórios sem oxigénio, os eletrões podem ser aproveitados para a produção de eletricidade. 

Fonte:
http://www.portaldascuriosidades.com/forum/index.php?topic=79503.msg1136636#msg1136636

Energia nuclear no Brasil exige diálogo, diz pesquisador

Agência Fapesp

Planejamento exige diálogo

     A discussão sobre a expansão do parque nuclear do Brasil está cercada por controvérsias.
    Mas, de acordo com o professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP), José Eli da Veiga, pelo menos uma certeza surge quando se analisam os argumentos antagônicos sobre a questão: o planejamento energético brasileiro precisa ser mais democrático.
   Veiga, que é coordenador do Núcleo de Economia Socioambiental (Nesa) e orienta o Programa de Pós-Graduação do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da USP, organizou o livro Energia Nuclear: do anátema ao diálogo, lançado na semana passada em São Paulo, com um debate sobre o tema na FEA-USP.

Energia de base térmica

    De acordo com Veiga, não há dúvida de que a produção brasileira de energia elétrica, predominantemente hidrelétrica, precisará em breve de uma complementação de base térmica.
    O livro reúne artigos de especialistas favoráveis e contrários à adoção da energia nuclear para suprir essa necessidade.
   "Não creio que estejamos em condição de dizer que nos aproximamos de um consenso, mas o diálogo existe, como fica claro no livro. Por outro lado, temos que avançar muito nessa discussão. Trata-se de um problema muito sério, especialmente neste momento em que o Brasil está prestes a construir uma quarta usina nuclear, no rio São Francisco", disse.

Riscos necessários

    Segundo ele, a alternativa nuclear deve ser debatida, embora envolva riscos. "Se não assumíssemos riscos, hoje não estaríamos voando, ou mesmo andando de trem", comparou.
    Nem mesmo a ameaça recente de um acidente nuclear no Japão, após terremoto e tsunami que atingiram a região norte do país, deverá ser suficiente para que outros países renunciem à energia nuclear, afirma.
   "No entanto, o acidente tem uma série de implicações. Uma delas, muito importante, é aumentar o interesse da sociedade pelo assunto, o que poderá pressionar o governo por uma maior transparência nessas decisões. A principal conclusão que eu tiro da minha experiência pessoal como organizador do livro é que, no Brasil, o planejamento energético não é transparente, nem é democrático", disse Veiga.

Parcialidade e interesses econômicos

    Para o professor, o diálogo entre os especialistas já existe e o conhecimento sobre os prós e contras da energia nuclear está bastante avançado. Mas esse conhecimento ainda não é utilizado de forma imparcial e transparente.
    "Não falta conhecimento científico e tecnológico para discutir o planejamento energético. Mas a discussão é feita por grupos e os planos são discutidos em reuniões nas quais são os lobistas que comparecem preparados para fazer uma boa argumentação. Depois disso, os planos se tornam elementos de pressão sobre o governo nas suas alternativas de investimento", disse.
    De acordo com Veiga, as decisões em torno do planejamento energético não são coerentes com a estrutura democrática do país. "Estamos em um século no qual teremos que deixar de lado, progressivamente, fontes fósseis como petróleo, carvão e gás. Não é possível que um país seja democrático se uma questão tão séria para o futuro da humanidade não for discutida com transparência", afirmou.

Participação democrática

   Uma das vias para superar esse problema, segundo ele, é que a discussão passasse pelo Congresso Nacional. "O Congresso discute temas muito menos importantes. Não seria preciso legislar sobre o assunto, mas não entendo que não passe pelo Congresso uma discussão sobre a construção de uma quarta usina nuclear", disse.
    De acordo com Veiga, o livro não foi feito com o objetivo de produzir um consenso, mas sim de esclarecer a controvérsia. "Certamente, os leitores tirarão alguma conclusão, mas talvez não as mesmas, porque o livro não tem a pretensão de produzir um consenso artificial. A tarefa dele é alertar sobre a necessidade de participação democrática e, especialmente, investir contra a desinformação", afirmou.
   Veiga explica que uma de suas motivações ao conceber a obra foi perceber que havia uma extrema desinformação sobre a questão nuclear. Segundo ele, muitas vezes na pós-graduação os estudantes não sabiam a diferença entre fusão e fissão nuclear, por exemplo.
    "O livro começa explicando os conceitos - o que é energia nuclear e como ela surgiu, por exemplo. Depois há dois capítulos mais técnicos - e fundamentais -, um a favor e outro contra a adoção da energia nuclear como solução para a complementação energética", explicou.

Acidente de Fukushima

    No livro, Leonam dos Santos Guimarães, professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e assistente da presidência da Eletronuclear, é um dos especialistas que argumentam a favor da alternativa nuclear.
    Durante o debate na FEA-USP, ele apontou que o vazamento de material radioativo na usina nuclear de Fukushima, no Japão, não será suficiente para frear a expansão das usinas.
   "O problema afetou gravemente um dos quatro reatores da usina de Fukushima. Outras três usinas da região, no entanto, resistiram ao terremoto e ao tsunami de 10 metros e - até pelas características de segurança que essas usinas exigem - estão entre as únicas estruturas industriais que resistiram ao desastre", disse Guimarães.
     Segundo Guimarães, a energia nuclear pode ser uma boa alternativa para atender à demanda de energia e possibilitar o aumento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos países, sem comprometer o meio ambiente. De acordo com ele, em um grupo de países que inclui a maior parte da população mundial, observa-se uma correlação direta entre o IDH e o consumo de energia elétrica per capita.
   "Uma das alternativas para aumentar esses índices é o investimento na energia produzida pelo urânio. Cerca de 73% dos recursos naturais de urânio estão em seis países, sendo que o Brasil tem quase 6% dele. A Austrália é atualmente a maior reserva, mas o Brasil só prospectou até agora um terço do território e estima-se que, no futuro, o país possa ser o primeiro ou segundo maior detentor das reservas mundiais", disse.

Recursos naturais e tecnologia

    De acordo com Guimarães, apenas o Brasil, a Rússia e os Estados Unidos têm à sua disposição, simultaneamente, os recursos naturais e a tecnologia para explorar a energia nuclear - o que torna o Brasil privilegiado no contexto da expansão nuclear.
    "Hoje, há 45 usinas sendo construídas em 14 países, além de outras 46 em planejamento. Mas a maior parte delas está na China, na Rússia e na Índia. Nossa expansão é modesta diante desses países, o que é ótimo, porque a energia hidrelétrica - limpa, renovável e barata - continuará a ser a base de geração da energia elétrica no país. A energia nuclear, no entanto, será importante para a complementação necessária", afirmou.
    O Plano Nacional de Energia para 2030, segundo Guimarães, prevê que haverá necessidade de expansão adicional de 100 mil megawatts, sendo 4 mil megawatts em energia nuclear, 4,7 mil megawatts em biomassa, 3,3 mil megawatts em energia eólica, 3,5 mil megawatts em carvão e 57,3 mil megawatts em energia hidrelétrica.
   "Esses números mostram que o Brasil não está elegendo a alternativa nuclear para dominar sua matriz energética. As outras matrizes todas têm previsão de expansão da mesma magnitude. A energia nuclear, no entanto, será fundamental para a complementação", disse.

Premissas equivocadas

    O físico José Goldemberg, professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP), foi um dos especialistas responsáveis pelo capítulo contrário à adoção da alternativa nuclear. De acordo com ele, a posição de que é indispensável aumentar o parque nuclear se baseia em hipotéses questionáveis.
   "Tenho várias ressalvas à programação do Plano Nacional de Energia. Os planejadores da área pensam a partir de uma correlação entre o consumo de energia por habitante em função da renda. Com os gráficos que eles apresentam, temos a impressão de que há uma relação linear entre o consumo de energia elétrica e o crescimento do PIB. Essa premissa está completamente equivocada", afirmou.
    Segundo Goldemberg, a hipótese dos planejadores da área energética é de que um crescimento anual de 6% do PIB faria praticamente triplicar o consumo de energia elétrica até 2030.
   "A argumentação dos planejadores se baseia nessa suposta linearidade entre crescimento do PIB e do consumo de energia. Mas sabemos que essa correlação não é linear. Enquanto argumentam a favor da energia nuclear para atingir esse suposto crescimento de demanda, a questão da eficiência energética - menina dos olhos dos países desenvolvidos - aparece como um fator de segunda ordem no planejamento energético", afirmou.
    Segundo Goldemberg, como a energia era no passado um fator de produção pouco importante, por ser barata, não havia encorajamento para que a indústria tornasse os processos mais eficientes.
   "Conforme a energia foi encarecendo, a preocupação com a eficiência aumentou. Isso se refletiu até mesmo no projeto dos automóveis. Nos Estados Unidos e na Europa, não se pode mais fazer equipamentos como geladeiras que não respeitem um desempenho energético mínimo", disse.

Térmicas a gás

    Goldemberg afirma que é evidente a necessidade de inserir um componente térmico complementar na matriz energética, já que há variações nos reservatórios que geram a energia hidrelétrica. O físico, no entanto, acredita que essa complementação poderia ser feita com alternativas como biomassa e gás.
   "Isso não significa que a energia nuclear deva ser abandonada, mas a expansão das usinas é muito questionável. O planejamento brasileiro se baseia em hipóteses simplistas. Além da possibilidade de investir mais em eficiência energética, em centrais de bioeletricidade, também é possível alcançar a complementação energética com os inúmeros projetos de hidrelétricas médias de 500 megawatts previstos até 2019", afirmou.
     As hidrelétricas médias, segundo ele, não têm um impacto ambiental tão violento. "Há grande polêmica em torno de usinas como a de Belo Monte, mas isso ocorre porque se trata de um megaprojeto, com megaconsequências como um desmatamento de 500 quilômetros quadrados. Por outro lado, com ou sem a usina, a devastação anual na Amazônia é de 5 mil quilômetros quadrados", disse.
    Além de Guimarães e Goldemberg, o livro reúne também artigos de João Roberto Loureiro de Mattos, diretor do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), e Oswaldo dos Santos Lucon, assessor técnico da Secretaria Estadual de Meio Ambiente de São Paulo, pesquisador do IEE-USP e autor do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).

Consumo de energia no País aumenta 2,2% em junho

 Agência Estado
terça-feira, 26 de julho de 2011

      O consumo de energia elétrica em todo o País cresceu 2,2% em junho na comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando 34.909 gigawatts-hora (GWh). Os dados foram divulgados hoje pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em sua Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica. O principal responsável pela demanda foi o setor industrial, que atingiu consumo de 15.350 GWh, alta de 1,1% na mesma comparação.
      No mês passado, o consumo residencial de energia foi de 8.893 GWh, número 2,5% superior ao apurado em junho de 2010. Por fim, o consumo do setor comercial cresceu 5,5% dentre os meses de junho de 2010 e 2011, para 5.721 GWh.
       Já nos seis primeiros meses do ano, o consumo nacional de energia elétrica na rede totalizou 212.951 GWh, crescimento de 3,6% sobre o mesmo período de 2010. O aumento do consumo foi generalizado em todas as categorias de consumidores.
       O consumo industrial atingiu 90.045 GWh, alta de 3% ante 2010. O consumo residencial de energia foi de 56.027 GWh, número 4,1% superior ao apurado no primeiro semestre de 2010. Por fim, o consumo do setor comercial cresceu 5,7%, para 36.981 GWh. 

Previsão
 
      A EPE revisou de 5,4% para 3,6% a estimativa para o crescimento do consumo de energia elétrica no Brasil em 2011. As estatísticas apuradas no primeiro semestre deste ano apontam crescimento do consumo industrial aquém das previsões. Diante disso e do peso da indústria na divisão do mercado de eletricidade, justifica-se a revisão das projeções da demanda para este ano, segundo a EPE.
     A nova previsão para o consumo total de energia na rede elétrica em 2011 é de 430 terawatts-hora (TWh), cerca de 11 TWh, ou 2,5%, inferior à previsão anterior.
      O cenário atual é a manutenção, no segundo semestre, do mesmo padrão de crescimento observado na primeira metade do ano, com a sustentação das medidas adotadas pelo governo, da taxa básica de juros elevada e da execução do programa de consolidação fiscal. Assim, espera-se, para 2011, crescimento mais moderado da atividade econômica e, consequentemente, do consumo de eletricidade - em especial no segmento industrial.

Fonte:
http://www.dgabc.com.br/News/5902258/consumo-de-energia-no-pais-aumenta-2-2-em-junho.aspx

Iluminação com LEDs produz vegetais mais saudáveis

Iluminação com LEDs produz vegetais mais saudáveis
  







Vegetais cultivados em estufa, iluminados por um conjunto de LEDs durante apenas três dias antes da colheita, apresentaram redução no nível de nitratos e elevação do nível de nutrientes.[Imagem: Akvile Urbonaviciute]
 


      Cientistas da Lituânia descobriram que uma iluminação à base de LEDs, aplicado durante apenas três dias, é capaz de melhorar a qualidade nutricional de verduras e legumes, principalmente dos vegetais verdes folhosos.
     A tecnologia com tratamento dos vegetais com luz poderá ser aplicada em estufas para reforçar os nutrientes dos vegetais no período pré-colheita.

Nitratos e nutrientes

       O experimento foi feito em plantações de alface, orégano e cebolinha. Os vegetais foram cultivados em estufa, sob luz ambiente, com um reforço de iluminação noturna com uma lâmpada de vapor de sódio.
      Nos três dias anteriores à colheita, os vegetais receberam a iluminação noturna de um conjunto de diodos emissores de luz, os LEDs, lâmpadas de estado sólido de baixo consumo de energia, do mesmo tipo encontrado na maioria dos aparelhos eletrônicos.
       O resultado foi uma redução no nível de nitratos nos vegetais que variou de 44 a 65%.
      O maior nível de redução dos nitratos foi verificado nas plantações de alface cultivado por hidroponia. Depois de um tratamento de três dias sob a luz de LEDs vermelhos, os testes mostraram uma redução de 65% na concentração de nitratos.
      Além de diminuir a concentração de nitratos danosos à saúde, o fluxo de fótons de alta densidade gerado pelos LEDs também elevou os níveis de nutrientes dos vegetais.

Plantas iluminadas com LEDs

     Segundo Giedre Samuoliene, coordenador da pesquisa, a tecnologia é diferente da já difundida prática das lâmpadas de sódio de alta pressão.
     Os iluminadores de estado sólido limitam a quantidade de calor radiante, já que os LEDs têm luz fria, permitindo uma maior intensidade na fotossíntese.
    Além disso, a técnica exige apenas um tratamento curto, pouco antes da colheita, em vez de uma iluminação durante o ciclo completo da cultura.
     O investimento inicial na aquisição dos iluminadores de LED pode ser caro, afirma Samuoliene, mas a técnica é economicamente viável porque o tratamento é aplicado durante apenas 10% do tempo da cultura, com um baixíssimo consumo de energia.
      Há também a perspectiva das vantagens de um eventual sobre-preço pelo fornecimento de vegetais mais saudáveis.
Fonte:
www.inovacaotecnologica.com.br/

Bibliografia:
Decrease in Nitrate Concentration in Leafy Vegetables Under a Solid-state Illuminator
Giedre Samuoliene, Akvile Urbonaviciute, Pavelas Duchovskis, Zenonas Bliznikas, Pranciskus Vitta, Arturas Zukauskas
ASHS HortScience
Vol.: 44: 1857 - 1860

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Uma nova forma de armazenar o calor do Sol.


    Cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), anunciaram o desenvolvimento de uma tecnologia que usa nanotubos de carbono para armazenar a energia solar "indefinidamente", de forma química.
       Este é um objetivo longamente perseguido pelos cientistas, uma vez que a energia solar poderá ser captada e armazenada para uso quando o Sol não estiver brilhando.
       O armazenamento em baterias não é viável em larga escala, devido aos elevados custos e à capacidade limitada das baterias atuais.

Armazenamento termoquímico

       Jeffrey Grossman e Alexie Kolpak partiram então para o armazenamento do calor captado do Sol de forma química - além de não apresentar um "limite de carregamento", como as baterias elétricas, ao contrário dessas, o material químico não se descarrega ao longo do tempo.
       O problema com essa abordagem é que, até agora, os compostos químicos usados para converter a energia solar em energia química e armazená-la degradam-se depois de alguns poucos ciclos de carga e descarga, ou usam o raro e caro metal rutênio. E, ainda assim, não são nada eficientes.
       Os dois pesquisadores criaram uma solução alternativa usando nanotubos de carbono, combinados com um composto chamado azobenzeno.
       As moléculas resultantes, sintetizadas dentro de nanomoldes para dar-lhes formato e ajustar sua estrutura física, "ganha novas propriedades que não estão presentes nos materiais separados," afirmam os pesquisadores.

Bateria de calor recarregável

       O armazenamento termoquímico da energia solar utiliza uma molécula cuja estrutura se altera quando exposta à luz do Sol, podendo permanecer estável nessa nova estrutura de forma praticamente indefinida.
Uma nova forma de armazenar o calor do Sol
Esquema de funcionamento do sistema de armazenamento de calor do Sol na forma termoquímica. [Imagem: Kolpak/NanoLetters]
     Quando a energia é necessária, a molécula é forçada a voltar ao seu estado natural, seja por um catalisador, uma alteração de temperatura ou mesmo um disparo de luz. Ao retornar à sua estrutura anterior, a energia armazenada é liberada na forma de calor.
       Ou seja, os pesquisadores criaram uma bateria de calor recarregável, combinando a captura da energia e seu armazenamento em um mesmo material.

Densidade energética

       O novo material não apenas é muito mais barato - ao substituir o rutênio por carbono - como também é muito mais eficiente no armazenamento de energia por volume, mostrando-se 10.000 vezes mais eficiente do que os materiais desenvolvidos até agora.
       Isso faz com que o armazenamento termoquímico atinja uma densidade energética similar à das baterias de íons de lítio.
       Ainda assim, o material não é eficiente para qualquer uso.
       O processo parece promissor para aplicações onde o calor é necessário diretamente, uma vez que, para a geração de eletricidade, seria necessário o uso de outro processo de conversão, usando materiais termoelétricos ou produzindo vapor para acionar um gerador.
        Isso diminuiria bastante a eficiência geral do sistema.

Bibliografia:

Azobenzene-Functionalized Carbon Nanotubes As High-Energy Density Solar Thermal Fuels
Alexie M. Kolpak, Jeffrey C. Grossman
Nano Letters
Vol.: Article ASAP
DOI: 10.1021/nl201357n

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Pipa submarina pode ser solução em energia



      O projeto ainda engatinha, mas tem potencial para resolver o problema energético em algumas regiões do globo.
     Desenvolvidas pela jovem empresa sueca Minesto (fundada em 2007 como subsidiária do Saab Group), as pipas submarinas aproveitariam as correntes marinhas para gerar energia limpa, sem fazer barulho e sem causar danos ao ecossistema terrestre.
     As pipas são equipadas com uma asa de 12 metros e uma turbina com um metro de diâmetro, que se move com a passagem da água e gera energia. Presas a uma âncora, as pipas – chamadas “deep green” - devem ficar submersas a 80 metros da superfície para não se chocarem com navios.
     O projeto foi incluído na lista da revista Time das “50 melhores invenções de 2010”. Com isso, a Minesto conseguiu um investimento de 2 milhões de libras para desenvolver o protótipo, que vai começar a ser testado no fim do verão europeu, no mar do Norte, na Irlanda.
      De acordo com o presidente da empresa, Anders Jansson, 1% do potencial energético dos oceanos seria suficiente para alimentar em até cinco vezes a demanda mundial de energia.
     Se ele estiver correto, pode ser o fim de usinas hidroelétricas, que inundam grandes regiões e causam danos ao meio ambiente, e das usinas nucleares, que oferecem risco de contaminação à população, além de produzirem resíduos radioativos.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Empresário cearense desenvolve o primeiro poste de iluminação pública 100% alimentado por energia eólica e solar.

        Não tem mais volta. As tecnologias limpas – aquelas que não queimam combustível fóssil – serão o futuro do planeta quando o assunto for geração de energia elétrica. E, nessa onda, a produção eólica e solar sai na frente, representando importantes fatias na matriz energética de vários países europeus, como Espanha, Alemanha e Portugal, além dos Estados Unidos. Também está na dianteira quem conseguiu vislumbrar essa realidade, quando havia apenas teorias, e preparou-se para produzir energia sem agredir o meio ambiente. No Ceará, um dos locais no mundo com maior potencial energético (limpo), um ‘cabeça chata’ pretende mostrar que o estado, além de abençoado pela natureza, é capaz de desenvolver tecnologia de ponta.



        O professor Pardal cearense é o engenheiro mecânico Fernandes Ximenes, proprietário da Gram-Eollic, empresa que lançou no mercado o primeiro poste de iluminação pública 100% alimentado por energias eólica e solar. Com modelos de 12 e 18 metros de altura (feitos em aço), o que mais chama a atenção no invento, tecnicamente denominado de Produtor Independente de Energia (PIE), é a presença de um avião no topo do poste.
         Feito em fibra de carbono e alumínio especial – mesmo material usado em aeronaves comerciais –, a peça tem três metros de comprimento e, na realidade, é a peça-chave do poste híbrido. Ximenes diz que o formato de avião não foi escolhido por acaso. A escolha se deve à sua aerodinâmica, que facilita a captura de raios solares e de vento. "Além disso, em forma de avião, o poste fica mais seguro. São duas fontes de energia alimentando-se ao mesmo tempo, podendo ser instalado em qualquer região e localidade do Brasil e do mundo", esclarece.
         Tecnicamente, as asas do avião abrigam células solares que captam raios ultravioletas e infravermelhos por meio do silício (elemento químico que é o principal componente do vidro, cimento, cerâmica, da maioria dos componentes semicondutores e dos silicones), transformando-os em energia elétrica (até 400 watts), que é armazenada em uma bateria afixada alguns metros abaixo. Cumprindo a mesma tarefa de gerar energia, estão as hélices do avião. Assim como as naceles (pás) dos grandes cata-ventos espalhados pelo litoral cearense, a energia (até 1.000 watts) é gerada a partir do giro dessas pás.
         Cada poste é capaz de abastecer outros três ao mesmo o tempo. Ou seja, um poste com um "avião" – na verdade um gerador – é capaz de produzir energia para outros dois sem gerador e com seis lâmpadas LEDs (mais eficientes e mais ecológicas, uma vez que não utilizam mercúrio, como as fluorescentes compactas) de 50.000 horas de vida útil dia e noite (cerca de 50 vezes mais que as lâmpadas em operação atualmente; quanto à luminosidade, as LEDs são oito vezes mais potentes que as convencionais). A captação (da luz e do vento) pelo avião é feita em um eixo com giro de 360 graus, de acordo com a direção do vento.

Governo dá início a plano para novo complexo elétrico.

Publicado pela Folha de S. Paulo em 26 de julho de 2011
Depois de Belo Monte, as fichas do governo federal no setor elétrico estão nas quatro usinas do complexo do rio Tapajós, que vai do Amazonas até o Pará. O projeto foi declarado como estratégico, de interesse público, estruturante e prioritário para efeito de licitação e implantação, o que dá facilidades ao empreendimento.

Com esse enquadramento, o governo espera concluir, o quanto antes, o cinturão de usinas que, na teoria, vai resguardar o país de problemas energéticos, uma das maiores ambições de Dilma. Os demais empreendimentos estratégicos nessa área são: Belo Monte, no Xingu (PA), Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira (RO), além de Teles Pires, no rio Teles Pires (MT). Juntas, terão potência instalada de cerca de 25,6 mil MW (megawatts).

O complexo do Tapajós terá potência instalada de mais de 6.000 MW (megawatts). As usinas são: São Luiz do Tapajós, Jatobá, Jardim do Ouro e Chacorão. A decisão do enquadramento de ontem prevê que ela seja concluída a partir de 2015, mas sem data precisa. Tudo dependerá da conclusão dos estudos, data da licitação e da liberação das licenças ambientais.
A licitação do complexo de Tapajós é esperada pelo setor como uma sequência natural a Belo Monte, compondo o ciclo das grandes usinas hidrelétricas no país e dos vultosos empreendimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

O governo quer criar uma cadeia firme de geração, acompanhada de uma rede de transmissão, que deve concentrar os maiores investimentos nos próximos anos.
Além das gigantes, devem ser construídas usinas menores, auxiliares, que aproveitarão o linhão entre os quatro núcleos produtores no Pará, Amazonas e Mato Grosso.
O governo espera que os grandes empreendimentos ajudem a reduzir as tarifas de energia, cujo alto valor tem espantado indústrias de vários segmentos.

Na resolução, o governo afirma que, além de garantir o equilíbrio entre a oferta e a demanda de energia elétrica no país, as usinas irão gerar energia competitiva.
O texto determina que sejam adotadas todas as providências para concluir os estudos necessários para a licitação da usina. O setor já espera algumas turbulências no processo de autorizações ambientais.
O Ministério de Minas e Energia e o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) ficarão responsáveis pela liberação da área que será afetada, podendo bloqueá-la e caçar títulos minerários na região.
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